segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Skrítek, Tomás Vorel, 2005


Skritek é absolutamente lindo; o que não é de se admirar porque todo tipo de audiovisual que já vi oriundo da República Tcheca é a arte no seu sentido mais puro e artesanal. O filme é moderno mas mantém uma essência de cinema antigo que dá um ar todo especial à história tragicômica que envolve a família protagonista. As cenas têm menos quadros por segundo e não têm diálogos, assim como no cinema mudo do início do século XX, o que causa uma sensação bem peculiar. Os diálogos são substituídos por interjeições e grunhidos, e os atores são tão expressivos como num filme de comédia de 1910.

Ao mesmo tempo em que a história é bem convincente, um drama familiar típico, há elementos fantásticos que dão um clima totalmente bizarro à trama e, confesso, um pouco de medo a mim que sou sensível a cortes súbitos e seres sobrenaturais. Um duende verde montado em um porco fugitivo de um frigorífico foi uma das cenas que me deixou meio perplexa, pois até então eu achava que o duende era uma alucinação da garotinha, mas depois de todos personagens verem o duende, aparentemente a história é para ser nonsense mesmo.

Apesar da loucura, é um filme para refletir sobre as relações humanas mediadas pelo diálogo, ou melhor, para se perguntar o que é a comunicação, ou a essência humana mais profunda que tenta ser transmitida de alguma maneira para os outros seres. Depois que acabou eu simplesmente me perguntei: pra quê existem palavras?

Um comentário:

  1. nem sabia que tinhas blog ^^

    gostei da resenha, vou baixar esse :D

    tu sempre tens ótimas sugestões de filmes

    vlw

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