domingo, 13 de setembro de 2009

The Mirror, Andrei Tarkovsky, 1975


Há tempos estou em uma crise existencial cinematográfica, porque me parece de repente (e desesperadamente) que nenhum filme que eu vejo me mostra algo novo. Estou ansiosa para ver um filme que me surpreenda, que me emocione ou que me faça pensar. Quero ver um filme diferente e não consigo. Isso está me frustrando.

Mas enfim, parei de procurar nas novidades e resolvi ver alguma coisa velha e alternativa que nunca vi. Fuçando um pouco no fórum do Makingoff.org achei esse filme cuja sinopse me remeteu a algo bem subjetivo... e gosto de coisas assim, que exploram o complexo das emoções e sentimentos humanos.

Filmes antigos geralmente me parecem entediantes, mas será que não sou eu que ando muito apressada? Acho que essa vida pós-moderna está acabando comigo. Talvez essa ânsia pelo diferente não me permita relaxar... mas eu estou tentando, de verdade, nem olho muito o relógio ultimamente, nem o tempo do filme que estou assistindo.

"The Mirror" me fez ficar quietinha por mais de uma hora e meia, e foi uma experiência bem relaxante. O filme não tem narrativa linear, o que permite que o espectador não se preocupe em se lembrar do que acabou de ver e apenas aprecie o momento. É um filme bem complexo, não se pode negar. Um filme feito de memórias, literalmente, quase que uma auto-biografia, acredito eu.

"The Mirror" é um filme bucólico e fenomenológico, para se ver despido de qualquer tipo de concepção, apenas se deixando absorver por esse clima estranho e melancólico, que ressuscita no espectador mais sensível aquela coisa morna e ingênua que fica pra trás quando "crescemos".

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